Memória de elefante


acordei no meio da noite
num fogo fortuito de cigarras e corujas
com o corpo gemendo de calor
no escuro céu invertido

vi os teus olhos brilhando
lá longe na memória dos elefantes
que buscam água  nas lembranças
e as tuas mãos acenavam
como folhas secas levadas pelas brisas

escondi-me na noite esquecida
procurando a água fresca
que refresca a lembrança da primavera

deixei o dia renascer
manso e tépido
guardei as escrituras ocultas
na inocência das crianças
para que um dia
o sol brilhe completo
nos desenhos coloridos das calçadas

Atit Ordep
09/02/2014

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